Trinta e sete anos depois da data da revolução de 25 de Abril de 1974, continuamos na mesma pequenez e dependência de políticos e governantes incapazes. Os valores de Abril continuam a ser evocados como banalidades de ocasião, como balões e confetis numa qualquer festa de aniversário, mas no essencial, aparte um progresso que se obteve mas que nos endividou, porque alicerçado sempre acima das nossas reais possibilidades, porque temos casa, carro, televisão e sofás que somos incapazes de pagar ao Banco, continuamos numa ditadura da incerteza do futuro imediato, numa ditadura da insegurança, numa ditadura do desemprego, num faz de conta que vivemos à grande e à francesa com o dinheiro dos outros. É certo que agora podemos pensar, exprimir e reclamar, no que se chama de exercício da Liberdade, mas, verdade se diga, já de pouco nos serve, porque são moucos os ouvidos daqueles que nos deviam escutar. Como agravante de tudo, se noutros tempos éramos quase todos inocentes e vítim...