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Cantilenas - Brincadeiras com os dedos

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Recordo-me de minha mãe ir para as lides do cultivo do campo e nessas ocasiões deixava-nos (a mim e a dois irmãos mais chegados) entregues aos cuidados da minha bisavó materna, a quem chamávamos mãe Guida. Esta dócil criatura, morreu há mais de vinte anos, e já contava com quase 100 anos. Apesar dos seus problemas de audição, era fantástica a contar histórias, lendas, rezas, e muitas outras coisas.  Algumas guardei, da maior parte perdi-as, no tempo e na memória. Ensinou-me esta brincadeira com os dedos da mão: Com a mão aberta e dedos separados, apontando com o indicador do mínimo para o polegar: - Este vái ao moliço, este vai à lenha, este vai aos ovos, este frita-os e este come-os. De facto, pensava eu com a minha ideia de criança de 5 ou 6 anos, residia ali o motivo do polegar ser o mais gordinho. De explicar que o moliço na minha região corresponde à folha do pinheiro bravo, nalgumas zonas conhecida por caruma. Ainda em relação aos dedos da mão, tinha outra

Publicidade nostálgica - Margarina Vaqueiro

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    Margarina Vaqueiro . Uma marca mais velha do que as nossas memórias, mas sempre omnipresente nas despensas das nossas cozinhas, nos nossos cozinhados e até nos nossos lanches. Como qualquer dona-de-casa portuguesa, a minha mãe desde sempre usou esta margarina, que ainda continua como uma forte referência e produto de qualidade nos lares portugueses. A margarina Vaqueiro foi lançada no mercado no final do já longínquo ano de 1926, pela empresa Jerónimo Martins & Filho, a partir da manteiga importada com origem na Holanda, a Cowherd Vaqueiro. Um dos aspectos interessantes deste produto é que as donas de casa podiam solicitar receitas culinárias, com Vaqueiro como ingrediente, ao Instituto Culinário da Margarina Vaqueiro, em Lisboa, um nome pomposo mas, pelos vistos, generoso.

The Roman Holidays

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- Principais personagens da série. Hoje trago à memória The Roman Holidays , uma série de animação que passou entre nós, na RTP, em anos 70. O primeiro episódio foi para o ar pelas 21:00 horas de sexta-feira, 22 de Fevereiro de 1974. Nos Estados Unidos passou entre 1972 e 1973. No entanto este horário foi posteriormente alterado para depois do almoço aos domingos; tenho presente esta particularidade porque nessa altura mal acabava de "engolir" ao almoço ia literalmente a correr para casa de um amigo onde ali assistia deliciado ao episódio. A série entre nós  manteve o mesmo nome original. Sei ainda que no Brasil, muito dado  a alterar e a inventar os títulos e personagens, esta série tinha um nome esquisito e nada condizente com o original "Os Mussarelas" ou até mesmo "Os Muzzarelas". O Gus Holiday era o "Zecas", o Happius era o "Jocas", a Groovia era a "Ruvias". Particularidades. Ainda no Brasil, a sé

Love is - Amor é...

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Caderneta de cromos "Love is..." Editora: Cromosol/SL Italy Ano da edição: 1995 Formato: 200 x 262 mm (larg. x alt.) Nº de páginas: 42 - Nº de cromos: 120 Love is... é uma série de desenhos, com quadros únicos e sem sequência, criada em 1960, na Nova Zelândia, pela artista Kim Grove. As primeiras criações foram produzidas pela artista como recadinhos de amor para o seu futuro marido Roberto Casali. Kim faleceu em 1997 e a série tem sido continuada pelo seu filho Stefano Casali, mantendo este a assinatura da mãe. Fundou também a empresa Minikim Caribbean N.V. que detém todos os direitos ligados à série. A série gira em torno de um casalinho, ele de cabelo preto e ela de cabelo louro, comprido, quase sempre representados nús mas sem sexo, e em diversas situações e cenas do dia-a-dia a dois, onde tudo é aproveitado como mensagem e apologia do amor. Os personagens não têm nome e aparecem quase sempre em conjunto mas também s

Brincar aos Cowboys ou "Cóbois"

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  Brincar aos cowboys, ou "cóbois", melhor dizendo, era dos passatempos preferidos dos rapazes da escola primária do meu tempo de criança. Esta paixão por imitar a vida dos vaqueiros do oeste selvagem americano, era fortemente influenciada pelos filmes e séries que nessa altura passavam com muita regularidade na RTP, desde logo a série " Bonanza ", com o clã Cartwright, que habitava no rancho Ponderosa, na Virgínia. Depois a série "Lancer", que passava habitualmente às sextas-feiras à noite, em episódios de uma hora, Chaparral, Daniel Boone   (estes duas séries em exibição actualmente na RTP Memória) e ainda vários filmes, principalmente os protagonizados por nomes como John Wayne, Henry Fonda, James Stewart, Gary Cooper, Wallace Ford, Charlton Heston, Doug McClure, Kirck Douglas, Bud Spencer, Terence Hill ( estes dois últimos na série "Trinita" e muitos outros. Para além dos filmes, tinham muita influência a colecção de c

Publicidade nostálgica - Gillette

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O termo Gillette é sinónimo de láminas ou máquinas de barbear. Em todo o mundo, milhões de homens, e mesmo até mulheres, usam diariamente os produtos desta marca, para se barbearem ou depilarem. É mais ou menos conhecida a história da Gillete. Em 1895, nos Estados Unidos, King Camp Gillette inventou o sistema chamado safety razor, barbeador seguro, substituindo com inúmeras vantagens, práticas e económicas, a tradicional e perigosa navalha por uma máquina de encaixe, protegendo a lámina e expondo ligeiramente apenas as duas faces de corte. A ideia principal do invento era criar um sistema económico de láminas descartáveis, pelo que interessava criar láminas baratas mas eficientes e de certa forma duráveis para diversos cortes. No seguimento desta simples mas fantástica invenção e depois de ultrapassados os problemas técnicos com a produção de uma lámina eficaz, o que foi conseguido com a ajuda de William Nickerson, um reputado engenheiro mecânico, em 1901 foi fundada n

O Barqueiro - Jogo de crianças

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  Jogo do  Barqueiro. o Barqueiro era um jogo muito popular entre as crianças do meu tempo de escola primária. Era jogado no recreio mas exigia algum espaço pelo que de preferência era jogado no terreiro adjacente à escola. Podiam participar várias crianças, quantas mais melhor. Duas delas, que seriam os porteiros da ponte, reuniam-se isoladamente do resto do grupo e combinavam entre si representar determinado elemento. Por exemplo, um representaria o trolha, o outro o pedreiro; um a rosa, o outro o cravo; um o Benfica, o outro o Porto; um o amarelo, o outro o vermelho; um a Espanha  o outro a França, e por aí fora. Era importante que fossem coisas com valores ou significados opostos mas semelhantes em termos de importância. Uma vez feita esta combinação, colocavam-se os dois de mãos dadas, levantadas em arco, de frente um para o outro. O resto do grupo participante formava uma fila, uns atrás dos outros, com as mãos apoiadas nos ombros do companheiro da frente e dava um