Estranhos tempos
Vão estranhos os tempos e o tempo. Ainda ontem, na visita regular à casa paterna, aos domingos de manhã, vi que a velha ameixoeira estava toda florida, certamente enganada no seu calendário biológio por um Outubro estival. Claro está que dali não se espera fruto e aquela beleza efémera tem os dias contados e prazo marcado com o primeiro frio a sério. Este quadro, anormal, diga-se, serve de reflexão para outras considerações ou pensamentos: Remete-nos para a realidade dos novos tempos, em que as pessoas florescem demasiado cedo, fora de estação , e passada a beleza efémera da floração, perante os primeiros rigores da vida, desfazem-se numa existência sem estrutura. No global, somos uma sociedade de florzinhas, vistosas, perfumadas, atraindo a si toda a espécie de insectos, mas, terminado esse período do antes parecer do que ser, poucos são os frutos e destes ainda menos os saudáveis pois o grosso será sempre uma fruta bichada, doente, mesmo que com uma aparência ext