Cores com sabores
Hoje estive fora quase todo o dia, em serviço, e ao regressar, já por volta das 17:00 horas, parei numa pastelaria para tomar café. Na vitrine, a abarrotar de coisas doces e apetitosas, um belo pão-de-ló, fatiado. Essa imagem fez-me associar outra imagem e recuei no tempo, ao meu livro de leitura da primeira classe, nomeadamente à página 33, onde nunca mais esqueci as deliciosas ilustrações da Maria Keil, nomeadamente aquele belo pêssego, quase real e a convidar a uma fresca trincadela, ou mesmo a fatia de bolo, tão amarela como o pão-de-ló que minha mãe confeccionava por altura da Páscoa. Ficava sempre roído de inveja da menina Edite por receber aquela fatia de bolo, esperando, em vão, ser o próximo a ser servido.
Sempre que desfolhava o livro, essas imagens saltavam-me e com elas um doce apetite por coisas boas. Aliás esse livro estava recheado de coisas boas que apeteciam comer, nomeadamente as iguarias dispostas na mesa de Natal, na página 98. Hoje, ao reler, essas sensações são as mesmas, por isso intemporais.
Também tive esse livro de leitura e quando o vi, passados 30 anos, na montra de uma livraria tive de o adquirir. E voltei a folheá-lo com a mesma avidez, dos meus tempos de criança. Nunca me vou esquecer dos baptizados de bonecas que todos os Verões eu e as minhas amigas fazíamos, inspirados numa das lições desse livro. E recordo com uma doçura enorme a minha professora a ensinar-me a primeira letra que aprendi.Foi o i e dizia-me ela pegando-me na mão para eu escrever na ardósia "é um senhor muito elegante com um chapéu". Cada vez que recordo, sou invadida por uma saudade infinita......
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