Milo – Nestlé – …e coisas da República
O Milo, certamente um dos nostálgicos produtos alimentares das gerações de 60 e 70, sobretudo, até porque já não se comercializa por cá, eventualmente em canais específicos, volta novamente ao Santa Nostalgia.
Desta feita um cartaz publicitário do início da década de 1960. NO caso, é feita a apologia dos benefícios da mistura do Milo com o leite da Nestlé, como forma de combater o cansaço, aumentando a energia e, por conseguinte, a capacidade de trabalho.
Em dia de comemoração do centenário de uma República que começou mal e nunca se encontrou, mas que vale pelo feriado com que anualmente nos presenteia, é caso para dizer que esta República estaria bem melhor se noutros tempos tivesse tomado MILO. Não tomou e agora são tomadas MIL medidas de austeridade para levaram a poupar mais uns MIL MILhões à custa dos pagadores do costume. De facto, em 100 anos esta República pouco mais conseguiu do que se transformar numa república de bananas e de governantes quase sempre incompetentes.
Várias revoluções, 17 presidentes (há quem diga 19), 71 Governos, quase uma centena de primeiros-ministros. Enfim, muita parra e pouca uva.
Ainda hoje, num ano em que o Governo anunciou o encerramento de 900 escolas, 500 para já, o mesmo Governo percorre o país para actos de inauguração de 100 novas escolas, algumas das quais inauguradas pelo…Ministro da Agricultura. Simbólico, mas paradoxal. Encerrar velhas e degradadas para abrir novas com melhores condições (pagas com fundos europeus), justificarão. Certamente, mas com isso o Governo rompe com algumas esperanças do combate à interioridade e nisso 100 anos pouco mudaram para além de algumas auto-estradas, e não surpreende que celebrado o centenário, o país se prepare para mais uma revolução, a das greves e protestos, a do apertar-do-cinto, a da indignação geral e transversal. Raio da crise, que dizem internacional, que tem umas costas largas do tamanho do mundo e que abanou tanto monarquias como principados e repúblicas. Até a nossa, que passou 100 vetustos anos com a tremideira nas maminhas e descaído o barrete frígio. No fundo, é simbólico, porque em 100 anos os portugueses não fizeram mais nada do que tremer e enfiar barretes e carapuços.
Certamente não seria mau de todo, fazer renascer o MILO, para que toda a nossa classe politica o tomasse de forma obrigatória. Para se tornarem, revigorados, inteligentes e acima de tudo trabalhadores! Porque o que nos falta neste país maravilhoso, com um clima magnifico, uma gastronomia deliciosa, uma costa repleta de boas praias, dois arquipélagos lindos, um povo amistoso,simpático, hospitaleiro e trabalhador é uma classe politica com vontade de trabalhar para o povo que os elege, e não com vontade de se governar a si próprios. Assim não há democracia que resista!
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